O varejista precisa de capital de giro para manter seu negócio funcionando. Mas, em algumas situações, pode se ver na contingência de recorrer a empréstimos para providenciar dinheiro. Vale lembrar que nem sempre é simples se desfazer de alguns ativos, vendendo-os, para obter o valor que precisa (depende do nível de liquidez dos ativos).
Outra opção é a antecipação de recebíveis, ou seja, o gestor recebe logo o pagamento que será realizado por seus clientes em um período futuro. Vamos falar mais sobre esse tema e dar 5 dicas de como usar os recebíveis antecipados!
Como funciona a antecipação de recebíveis?
A empresa solicita, a alguma instituição financeira (banco, fintech, FIDC e techfin), a antecipação de valores que só entrariam em caixa posteriormente. É o que acontece, por exemplo, com vendas no cartão de crédito, cheques pré-datados, duplicatas. A instituição realiza a antecipação de recebíveis mediante o pagamento de uma taxa.
A taxa de antecipação pode variar conforme a instituição financeira e sempre é calculada com base no período de 30 dias. Vamos considerar uma taxa de 3% ao mês e um valor a ser recebido no total de R$ 500,00 em 3 vezes (R$ 166,70). Vamos desconsiderar a taxa administrativa cobrada pela operadora do cartão de crédito.
Temos, então, a seguinte tabela referente ao adiantamento das três parcelas:
- Em relação ao primeiro mês: 166,70 – 3% = R$ 161,699;
- Em relação ao segundo mês: 166,70 – 6% = R$ 156,698;
- Em relação ao terceiro mês: 166,70 – 9% = R$ 151,697;
- Total que o varejista vai receber: R$ 470,094;
- Total de juros pagos: R$ 29,906 (500 – 470,094).
Qual é a diferença entre antecipação de recebíveis e empréstimo?
Uma diferença básica entre a antecipação de recebíveis e o empréstimo é que, no segundo, a empresa está pegando em um dinheiro que não é dela: é da instituição financeira a quem ela solicitou. É necessário fazer a devolução desse capital com juros. A taxa de juros varia conforme a instituição e o risco.
Em casos de empresas com histórico de inadimplência, algumas instituições (principalmente os bancos) podem até negar o empréstimo.
A antecipação de recebíveis é menos burocrática e as taxas de juros são mais baixas. Isso porque a empresa está pegando um dinheiro que é seu, mas que será recebido somente no futuro. Os riscos de inadimplência são muito mais baixos ou mesmo zero. No caso de cartão de crédito, por exemplo, a operadora cobrará os valores do titular do cartão, no caso de ele ficar inadimplente.
Em outros casos, como cheques e notas promissórias, sempre é possível entrar com algum recurso se houver inadimplência. E o risco de inadimplência diminui porque o próprio cliente se sente mais intimidado a pagar quando sabe que suas dívidas pertencem agora a uma instituição financeira, como banco, fintech ou outra.
Como usar a antecipação de recebíveis?
Mesmo sendo bem mais atrativa que empréstimos, a antecipação de recebíveis deve ser planejada. Evite sempre tomar atitudes precipitadas. Com o dinheiro antecipado, você pode, por exemplo:
- Colocar em dia a folha de pagamento dos funcionários;
- Pagar os fornecedores no prazo;
- Assumir pontualmente os impostos ou contas (água, luz, internet e aluguel);
- Cobrir alguma necessidade emergencial (conserto de algum equipamento, compra não programada de algum insumo, contratação de um funcionário e assumir quaisquer outras despesas extras que possam aparecer);
- Fazer algum investimento valioso para o negócio.
Enfim, a antecipação de recebíveis pode ser uma boa prática em diferentes situações. Você pagará taxas bem inferiores às de um empréstimo, não terá que enfrentar grandes burocracias e a liberação do dinheiro tende a ser mais rápida.
O que achou das dicas e explicações? Já antecipou recebíveis alguma vez? Não deixe de se manter atualizado sobre o mundo dos negócios — cadastre-se em nossa newsletter para receber conteúdo interessante diretamente em seu e-mail.