Por que o aumento do uso de cartão no Brasil tornam a conciliação bancária uma necessidade para o varejo?

Quem administra um varejo já percebe que a preferência dos consumidores por comprar no cartão de débito ou de crédito aumenta cada vez mais. Mas será que os números confirmam essa percepção?

A resposta é sim. Dados colhidos recentemente mostram com clareza: as compras com cartão no Brasil cresceram bastante e crescerão ainda mais nos próximos anos. Esse cenário é positivo para os varejistas, pois o aumento na segurança e nas possibilidades de parcelamento ajudam a aquecer as vendas. Contudo, há um problema.

Quanto mais vendas no cartão, maior é a necessidade de conferir os dados de recebíveis. E quanto mais maquininhas para se controlar, mais informações para se checar (taxas de aluguel, juros sobre antecipações, parcelamentos, etc). 

Você já parou para pensar em quanto dinheiro está deixando na mesa por não fazer a conciliação bancária? Neste artigo, mostraremos como as pesquisas mais recentes levam a uma inevitável conclusão.

A conciliação bancária é uma necessidade para o seu varejo.  

Dados da CNDL/SPC Brasil

Confira esses dados de uma pesquisa recente, feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC):

  • em fevereiro de 2019, quatro em cada dez consumidores no País recorreram ao cartão de crédito;
  • o cartão é, de longe, a modalidade de crédito mais utilizada;
  • cada vez mais pessoas utilizam o cartão de crédito para compras do dia a dia, como alimentos (66% dos entrevistados), remédios (46%), combustível (35%) e lazer (29%);
  • o cartão favorece novos hábitos de consumo. Entre os entrevistados, 19% afirmam utilizá-lo para comprar serviços de streaming, bem como outros conteúdo virtuais em diversos formatos.

Os números mostram que todos os setores do varejo são impactados positivamente pelo aumento do uso de cartões, inclusive os pequenos e médios varejistas. No próximo tópico, mostraremos dados de outra pesquisa que confirmam essas tendências.

 

Dados da Abecs

A Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) publica balanços regulares sobre o setor de meios de pagamento no Brasil. O último deles apresenta os dados completos sobre o uso de cartões no ano de 2018. Vamos a eles:

  • em 2018, cartões de crédito, débito e pré-pagos foram responsáveis por movimentar R$ 1, 55 tri na economia brasileira, o que representa um aumento de 14,5% em relação a 2017;
  • trata-se do maior crescimento percentual desde 2014;
  • no mesmo período, 18,8 bi de transações foram realizadas por esses meios de pagamento;
  • estima-se que no Brasil aconteçam 35,8 mil transações com cartões por minuto;
  • o valor transacionado somente por cartões de crédito (R$ 965,5 bi) já supera o valor de cheques compensados (R$ 820,6 bi). Isso é uma ótima notícia, uma vez que o valor total relativo a cheques devolvidos chegou a R$ 23 bi em 2018;
  • 95% dos brasileiros (residentes em cidades com mais de 100 mil habitantes) usam cartões pelo menos uma vez por mês;
  • 57% desses mesmos brasileiros compram com cartão uma vez ou mais por semana.
  • As compras via internet realizadas com cartão de crédito alcançaram o valor de R$ 198,2 bi, representando um crescimento de 18,4% em relação a 2017.

Os dados da Abecs são ainda mais completos e mostram o peso que as compras no cartão (não só de crédito, mas também de débito e pré-pagos) têm na economia brasileira. A seguir, mostraremos como esse crescimento é uma tendência consolidada que leva a uma  consequência inevitável.

Conciliar hoje é uma necessidade

Em 2009, os cheques eram o meio de pagamento mais utilizado na economia (R$ 1 tri em transações), seguido pelo dinheiro vivo (R$ 640 bi) e só depois pelos cartões (R$ 400 bi).  Em 2018, temos um cenário totalmente diferente, em que os cartões lideram com folga (movimentando, como vimos, R$ 1,55 tri), seguido pelo dinheiro vivo (R$ 1,36 tri) e só depois pelos cheques.

Em 2019, projeta-se que os cartões movimentem cerca de R$ 1,8 tri na economia brasileira, o que representaria um crescimento de 15% a 17%. Sabe o que isso significa?

Que a tendência de crescimento dos cartões como principal meio de pagamento vai continuar. Como você sabe muito bem, não aceitar cartões há muito deixou de ser uma opção viável. Soma-se a isso a quantidade cada vez maior de players no mercado de meios de pagamento. Há uma competição intensa para decidir qual empresa terá o direito de ter uma maquininha em sua loja. Veja os números do mercado atual:

  • mais de 50 emissores;
  • mais de 20 adquirentes (credenciadores);
  • mais de 10 bandeiras;
  • mais de 200 fintechs e facilitadoras de pagamento.

Essa realidade (aumento do volume de transações no cartão e diversidade de empresas de captação de pagamento) nos leva a uma consequência da qual não se pode fugir.

A necessidade de fazer conciliação bancária.

Sem ela, não há como ter controle sobre seus recebíveis. Para cada transação em sua loja há um valor diferente a ser descontado e uma taxa diferente para o caso de antecipação de crédito. Isso sem falar nas diferentes taxas de aluguel, nos diferentes número de parcelas, sem falar em outras variáveis importantíssimas. Será que você está recebendo tudo como deveria, como está acordado nos contratos que cada adquirente tem com sua loja?

Sem controle sobre recebíveis, não há como fazer gestão de fluxo de caixa. Sem fluxo de caixa, não se tem gestão financeira, e sem ela você não tem previsibilidade de receita. Como programar os investimentos necessários, se você não tem uma previsão da sua receita no próximo trimestre?

Essa é a diferença entre o varejo que cresce e o que fica estagnado: gestão. Sem gestão, você está deixando dinheiro na mesa, todos os dias, quando fecha o caixa da sua loja. E no cenário atual, a conciliação bancária é imprescindível para ter uma gestão eficiente e moderna.

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